Entre Ecos e Mares: Dois Livros, Uma Só Voz

Nos últimos anos, o mundo tornou-se mais barulhento e ao mesmo tempo, dentro de mim, crescia o silêncio. Mas este silêncio não era de ausência, era de excesso. Excesso de ideias, de inquietações, de perguntas cujas respostas teimavam em não se mostrar. Foi nesta turbulência que a escrita deixou de ser ofício e passou a ser urgência. E essa urgência foi a de voltar a escrever com o corpo todo. Voltar a partilhar. Voltar a sentir.

E nesse caminho, em direção ao horizonte, nasceram dois livros.

Dois livros diferentes, sim, mas ambos filhos do mesmo tempo interior: Entre Tantos e Entre Mares e Ecos de Influência.

Entre Tantos e Entre Mares é, seguramente, o mais íntimo. Uma travessia poética feita de ruínas, de mares interiores e de esperança desiludida, embora viva como uma centelha que nunca se apaga. São poemas escritos na pele, com o sal da vida e o peso do mundo contemporâneo, calcorreado à pressa. Como escrevo num dos poemas:

“sou um solitário viajante de uma estrada que não acaba
um reflexo do tempo que foge sem pedir licença
a fragilidade de um sonho que se desfaz nas cinzas do amanhecer”

Este livro não é sobre o mar. É sobre quem se afoga aos poucos, todos os dias, em pleno areal. Sobre o que resta de humano quando o mundo se torna ruído. Sobre quem ainda tem coragem de parar, ouvir e dizer:

“que ser grande é crescer para um vazio
pois na procura de tudo ser
perdemos o tudo que já eramos
e olhamos para trás
na esperança de ainda reencontrar
a chave que abriu a porta que pensávamos querer
e que queremos agora fechar”

Ecos de Influência é outra travessia — mais racional, mas não menos visceral. Um ensaio sobre marketing, sim, mas também sobre gerações, identidade, pertença e transformação social. Não é um livro técnico. É uma leitura crítica do mundo onde crescemos e vendemos, onde nos comunicamos e nos perdemos. Porque cada geração é um eco do seu tempo, e um ruído no tempo dos outros. E é escrito sobre a certeza de que…

“…o marketing não é apenas uma ferramenta para vender — é, sobretudo, uma forma de escuta e de relação com o outro.”

E de que…

“…falar da história do marketing através das gerações não é um mero exercício cronológico. É tentar perceber de que forma cada geração chegou ao mundo e foi recebida pelas marcas…”

Estes dois livros são, no fundo, tentativas de entendimento: do mundo e de mim. Um pela emoção, o outro pela análise. Um grita o íntimo, o outro dá ouvidos ao coletivo. Mas os dois partilham o mesmo gesto: o de quebrar o silêncio.

A escrita tornou-se, para mim, o lugar onde tudo isto se encontra. Uma espécie de refúgio em constante exposição. E, talvez por isso, publicar os dois no mesmo tempo não foi planeado. Foi necessário. Foi consequência. Porque, às vezes, o tempo certo para dizer algo é o agora. Mesmo que não esteja tudo dito. Mesmo que possa doer. Mesmo que ninguém pergunte ou queira saber.

não foram publicados como um ato de vaidade, mas sim de urgência. Como quem, depois de muito calar, decide enfim falar, com tudo o que isso implica.

O tempo não tem sido brando, mas tem sido fértil. E se há coisa que aprendi é que viver, mesmo no cansaço ou na desilusão, é matéria-prima para criar. Não escrevo para ser lido. Escrevo para ser compreendido. E se alguém, ao ler, se sentir menos só, então já valeu a pena.

A todos os que me têm acompanhado nesta travessia, o meu obrigado. Continuo a escrever, porque continuo a precisar.

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