O Aumento da Concorrência Criativa com a IA
Como Encarar a Democratização da Inteligência Artificial no Marketing
É incontornável a presença da Inteligência Artificial (IA) nos meios digitais. Tanto é que até será o foco de todas as atenções nas tendências do marketing digital para 2025, de acordo com o pessoal da Ecossistemas Digitais. Ora, com o avanço da inteligência artificial e a sua democratização, vejo o marketing a atravessar uma verdadeira revolução. Ferramentas como o ChatGPT, o DALL-E ou o Canva, que antes pareciam inalcançáveis, são agora acessíveis a qualquer pessoa. Esta democratização”das ferramentas online permite a qualquer pessoa criar conteúdos com qualidade profissional sem necessidade de formação ou experiência. Isto pode parecer um maravilhoso mundo novo, mas, para mim, toda esta facilidade traz consigo um lado menos brilhante: o aumento exponencial da concorrência criativa. Qualquer pessoa, em qualquer lugar, pode criar campanhas de marketing ou outros conteúdos capazes de rivalizar com os que são produzidos pelos mais experientes profissionais. E onde ficamos nós, profissionais do marketing, no meio disto tudo?
Sempre encarei o marketing como uma área que exige competências especializadas, as ferramentas certas, mais ou avançadas e, claro, criatividade. Mas agora, vejo pequenos negócios, protoprofissinoais digitais, a criar campanhas incríveis, empresas locais a otimizar o SEO sem ajuda de consultores e criadores individuais a produzirem vídeos e gráficos dignos de grandes marcas. A verdade é esta: o mercado está saturado de conteúdos. E por isso, sinto que é cada vez mais difícil para um profissional do marketing se conseguir destacar e fazer valer, neste mercado.
A Intervenção Humana é Insuperável
Apesar de todos os avanços da IA, sei que a criatividade humana continua a ser um fator-chave. No fundo, por mais eficiente que uma ferramenta seja, ela trabalha com dados e padrões já existentes. Pode ajudar muito, mas não tem a minha, a nossa, capacidade de inovar, de emocionar ou de compreender os contextos sociais e culturais.
Já todos ouvimos falar de frases publicitárias geradas por IA, mas acredito que só um profissional consegue ir além do óbvio e criar histórias autênticas. Aquela emoção que mexe connosco ao ver uma campanha, o arrepio que sentimos quando uma mensagem ressoa… isto não é algo que surja de simples algoritmos. Vejo a IA como uma aliada para tarefas técnicas, mas quando chega a hora de definir estratégias personalizadas, sei que só alguém com análise crítica será capaz de interpretar os dados e transformar insights em ações concretas. É aqui que nos podemos destacar, como profissionais de marketing. Uma ferramenta de IA não entende as subtilezas culturais nem as tendências emergentes. Adaptar uma mensagem para que ela faça sentido em diferentes contextos é algo que se aprende a fazer com experiência, com intuição, é algo que, na minha opinião, nenhum algoritmo consegue replicar.
Confesso que já me senti intimidado pela democratização da IA. Mas, em vez de a evitar, escolhi servir-me dela para a encarar como uma oportunidade para me reinventar. Estas são algumas das formas que encontrei para me tentar destacar num mercado tão competitivo:
- Percebi que não basta criar mais do mesmo. Temos de pensar fora da caixa, explorar ideias novas, trabalhar em equipa e experimentar abordagens diferentes. O objetivo é fazer algo que a IA não consegue prever.
- Aprendi a trabalhar com a IA, Não Contra Ela. Uso a IA como uma base. Ajuda-me a poupar tempo em tarefas iniciais, como recolher dados ou criar protótipos. Depois, faço o que ela não consegue: humanizo, ajusto, dou um toque pessoal.
- Estou em constante aprendizagem. Já investi tempo e recursos em formações sobre IA e análise de dados. Quanto mais compreendo estas ferramentas, melhor consigo usá-las a meu favor. Também vejo isto como uma maneira de me manter relevante.
- Sou autêntico. As pessoas ainda valorizam autenticidade. É por isso que reforço sempre a identidade das marcas com que trabalho, mostrando os seus valores de forma genuína.
- Observo as Pequenas Tendências. Enquanto a IA olha para o macro, eu foco-me no micro. Descobrir tendências de nicho permite criar campanhas que realmente se destacam junto de públicos específicos.
- Faço uma Curadoria de Conteúdos bem cuidada. Há tanto conteúdo por aí que o nosso papel passa, cada vez mais, por escolher o que realmente importa. Curar os melhores elementos de uma estratégia digital faz toda a diferença.
- Investir em Relações. A IA pode gerar textos ou imagens, mas não consegue criar relações. Por isso, dedico-me a conhecer os clientes, a ouvir as suas histórias e a criar conexões verdadeiras.
- Estou em constante adaptação. O mundo digital muda a uma velocidade alucinante. Devemos estar constantemente a experimentar novas ferramentas, a ajustar estratégias e a aprender com os resultados.
Se há algo que considero inevitável é que a IA veio para ficar. Mas isso não significa que o papel humano acabou. Pelo contrário. Sinto que o nosso trabalho é mais importante do que nunca. Enquanto a IA pode ser uma ferramenta poderosa, acredito que é a criatividade, a empatia e a capacidade de contar histórias que continuam a diferenciar o marketing de sucesso. Por isso, escolhi abraçar esta nova era, usar a IA como aliada e continuar a fazer o que faço de melhor: criar, inovar e criar ligações com as pessoas. Afinal, o marketing é, e sempre será, uma ponte entre marcas e pessoas. E essa ponte, acredito, nunca será construída apenas por máquinas.
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