Estive a ler as ridículas 10 coisas que deveria saber sobre a cópia privada que a SPA publicou no seu website.

O que mais me preocupa é que os tipos que escreveram aquilo, acreditam mesmo no que estão a escrever. Mesmo contradizendo a própria lei que tentam implementar pela mão do partido socialista. mesmo contrariando as suas próprias palavras.

Mas o que mais achei fascinante, neste pequeno conto surrealista escrito pelos senhores da SPA, foi o que está lá no fim do documento… mesmo lá no fundo:

Infra , caixa de informação ilustrativa a destacar :
A título de curiosidade …
Um estudo recentemente realizado pela Intercampus revela que, 85% dos inquiridos realizam habitualmente gravações de conteúdos musicais sendo que, destes:
· 99% utilizam o computador (com leitor / gravador de CD ou DVD) para a reprodução de conteúdos musicais.
· 88% do total de inquiridos gravam música para o formato MP3 e apenas 8% em WAV (o formato tipicamente utilizado em CDR).
· 45% utilizam leitores de MP3 e MP4.
· 22% utilizam memórias USBs.

Uau! “A título de curiosidade”, tipo: “já agora, ora veja como esta coisa acontece”… Seria de esperar que os senhores da SPA, com tantos autores lá inscritos, tivessem um que soubesse português para desencantar uns vocábulos que não merecessem contestação. Do género:

– é óbvio que 99% dos utilizadores de computador com leitor e/ou gravador de cd/dvd, utilizam o mesmo para reprodução de conteúdos musicais, e de conteúdos de vídeo também. É óbvio porque o acto de colocar um cd/dvd ORIGINAL no leitor/gravador e passar a escutá-lo ou visualizá-lo é definido por: Reprodução!

– É natural que 88% dos inquiridos gravem música para o formato mp3, ou melhor, convertam para o formato mp3, para isso é necessário ter os cd’s musicais originais! Mesmo aqueles que são virtualmente impossíveis de copiar, porque vêm com DRM. E já agora, “a título de curiosidade”, música comprada no iTunes ou Amazon ou outros websites de venda de ficheiros de música é vendida em formato mp3, e depois, como já foi PAGA (direitos de autor incluídos), pode ser perfeitamente gravada para cd’s e dvd’s.

– também é natural que em vez de gravar para uma carrada de cd’s, os utilizadores que compram música online, prefiram gravar para um leitor de mp3/mp4 para trazer a música ou o vídeo consigo.

– e finalmente, é natural que se use memórias USB, até arrisco a dizer que são mesmo 99% dos utilizadores que o fazem… não o devem é fazer com a finalidade que a SPA quer fazer crer! mas isso é outra história.

Agora:

A Média de Gravação de Músicas por mês , por indivíduo , é de cerca de 64 músicas . Equivalentes a pouco mais de cinco álbuns completos que têm um preço de mercado aproximado de venda ao público de 75,00 Euros .

Até pode ser verdade, onde está mesmo esse famoso estudo para o podermos analisar?

Mas comprando no Amazon, por exemplo, em formato mp3, essas 64 músicas ficam por menos de 60,00 Euros, e podemos gravar onde quisermos.

Parafraseando um grande jornalista dos tempos modernos: “E esta hein?”