A importância dos Conteúdos numa presença online

Há algum tempo, fui desafiado a colaborar com um portal de notícias local, que se esforçava por conseguir escalar a difícil montanha da indexação de conteúdos nos motores de pesquisa: O Global News Portugal. O Global News, apresenta-se como um projeto de visão, com excelentes conteúdos e um foco abrangente sobre a cidade do Porto e o norte do país. No entanto, apesar do esforço e da qualidade dos conteúdos que apresentavam, o tráfego no website, mesmo alavancado através das redes sociais, nomeadamente o Facebook, revelava-se aquém das expetativas. A envolvência de toda a equipa no processo, e o entendimento sobre a necessidade de trabalho adicional em termos de arquitetura de informação e otimização de conteúdos, conseguiu que em pouco menos de um ano, o tráfego de pesquisa orgânica (organic Search) aumentasse em 75% e o tráfego proveniente de social media, nomeadamente Facebook, aumentasse em mais de 200%, face ao mesmo período do ano anterior.  Conseguir estes resultados sem um único cêntimo investido em SEA ou SMA é de louvar!

Esta experiência com o Global News acabou por se revelar um excelente tubo de ensaio para que me fosse possível assumir, sem rodeios, a Direção Editorial de um novo projeto de conteúdo focado em lifestyle, lazer e muito mais.

Dois projetos editoriais, com focos distintos em termos de publicações e objetivos, mas com algo muito importante em comum: Conteúdos.

Quando abordamos o tema conteúdos obtemos uma abrangência enorme em termos de presença online, ou offline. No online, o website é a sua principal ferramenta de comunicação. De Marketing. Ter uma boa estratégia de conteúdos é fundamental para alavancar a sua presença online e promover tráfego, qualificado, para o seu website.

Assim, qual é a importância dos conteúdos na nossa estratégia de marketing?

COntent is King by Bill Gates - Gilberto Pereira

Em janeiro de 1996 surgiu no website da Microsoft um artigo escrito pelo, nem mais nem menos, fundador e CEO da empresa: Bill Gates. O seu título? “Content is King” (O Conteúdo é rei). O conteúdo original foi, entretanto, removido, mas a “wayback machine” ainda nos permite ler a publicação original de Bill Gates.

Relembremos a data: Mil. Novecentos. E Noventa. E Seis. Pois!

No seu artigo, Bill Gates defendia que o conteúdo seria a principal fonte de receita para uma presença online, da mesma forma que o era na indústria de difusão televisiva e radiofónica. Para Gates, passado mais de meio século sobre a revolução da televisão, quem saiu verdadeiramente a ganhar, com a entrada deste aparelho nas casas das pessoas, não foi a indústria de fabrico e venda de televisões, mas sim as empresas que apostaram na produção e difusão de conteúdo através da televisão.

Da mesma forma, o estabelecimento da internet como uma commodity em casa das pessoas, tal como a televisão, trouxe consigo uma oportunidade de ganhar dinheiro com a produção e divulgação de conteúdos através deste novo canal de comunicação. A grande dificuldade estará na forma como estabelecer estratégias de ganhar dinheiro num canal que, pela sua génese, se apresenta como um canal de livre acesso, onde facilmente encontramos várias fontes de conteúdo, muitas vezes repetitivas e, mais ou menos. acessíveis.

A estratégia mais habitual é a de apostar em publicidade, envolvendo em banners e popups ou modals, o conteúdo que produzimos e publicamos. Por outro lado, o acesso a informação mais recente, ou mais relevante, é apresentada ao utilizador de uma forma mais resumida, sendo necessária uma subscrição (paga) na plataforma de conteúdos, para acesso total à informação publicada.

De facto, o conceito do leitor-pagador aplicado às publicações dos meios de notícias é cada vez mais comum. No entanto, a estratégia que muitos meios de comunicação nacionais adotam continua assente em formas de capturar o clique na notícia e apresentar ao utilizador a publicidade no website, em vez de procurar relevância e qualidade nos conteúdos que publicam. Assim, torna-se cada vez mais importante existir uma inversão desta tendência, focando a necessidade de construir conteúdo com qualidade, que vá de encontro às expetativas dos utilizadores/leitores, em vez de os defraudar com títulos falaciosos que terminam em artigos vazios de conteúdo, irrelevantes, acessórios ao foco principal destas editoras online, que é a faturação com a publicidade.

Mas, não são só as publicações de notícias que podem, de facto, faturar com a produção e publicação de conteúdo. Existem vários portais de conteúdos que dada a relevância da informação que publicam, conseguem monetizar os seus espaços online, segmentando a sua audiência e otimizando a gestão de publicidade, seja através de publicidade automatizada (via Google Adsense, por exemplo), vendendo espaço publicitário no website ou desenvolvendo conteúdos promocionais ou patrocinados (publi-reportagens). Esta situação torna-se possível pois, contrariando os Orgãos de Comunicação Social main stream que se apresentam no mercado, o foco editorial dedica-se ao desenvolvimento de conteúdos que vão de encontro ao que as pessoas procuram e gostam de ler. Assim, não é de surpreender que portais generalistas estejam ombro-a-ombro com OCS’s de referência, nas SERP’s.

Claro que apostar em produzir e publicar conteúdo sem uma estratégia predefinida vai-nos levar a um esforço acrescido, e inglório, na tentativa de conseguir posicionar o nosso conteúdo sobre todos os outros. 

É aqui que introduzimos o Content Marketing, ou marketing de conteúdos.

O marketing de conteúdos é o processo de planeamento, produção e promoção de conteúdos personalizados, segmentados e otimizados para os seus clientes. Para bem da nossa estratégia, deveremos encarar a palavra “clientes” num sentido mais lato. São nossos “clientes” na medida em que são as pessoas a quem nos interessa que chegue o nosso conteúdo, são os utilizadores que visitam o nosso website, que compram na nossa loja online, que pesquisam informação relacionada com aquilo que fazemos, com o nosso core business, são o nosso público-alvo, as nossas leads.

Quando adotamos uma estratégia de marketing no contexto empresarial, criamos conteúdos otimizados sobre a nossa empresa e a sua área de intervenção, dando especial atenção a temas e palavras-chave que nos vão permitir atrair o nosso público-alvo para o nosso website. A informação que publicamos, o nosso conteúdo, deve acrescentar valor para o utilizador/cliente, deve ser relevante, consistente e, quase não deveria ser necessário dizer, original.

E onde, no nosso processo de Marketing, encaixa uma estratégia de conteúdos?

Em todo o marketing. Uma estratégia de conteúdos é indissociável de uma estratégia de marketing. Necessitamos de trabalhar conteúdos para social media, para relações públicas, para melhores prestações em campanhas de publicidade, online ou offline, para ferramentas de comunicação, online ou offline.

Uma boa estratégia de conteúdos permite-nos atingir alguns dos objetivos fundamentais para uma presença online, nomeadamente:

  • Captar subscrições/leads, para mais tarde explorar;
  • Posicionar conteúdos nos motores de pesquisa para sermos encontrados mais facilmente;
  • Captar mais tráfego para o nosso website;
  • Alargar a nossa presença online / aumentar a nossa “pegada digital”;
  • Reforçar o nosso índice de reputação aumentando a credibilidade e reconhecimento da nossa marca;

No entanto, produzir e publicar conteúdos com qualidade e relevância é apenas uma parte do esforço que deveremos aplicar numa estratégia de conteúdos. É também necessário dar atenção às questões técnicas, relacionadas com a otimização de conteúdos para uma correta indexação destes por parte dos motores de pesquisa. Estando a falar de uma presença online, é fundamental que o SEO faça parte da nossa estratégia de conteúdos, seja através do suporte de colaboradores com conhecimentos para o efeito ou através da contratação de agências especializadas na otimização para motores de pesquisa.

Sim, numa presença online os objetivos de negócio são, de base, os mesmos de qualquer estratégia comercial. O online é “apenas” mais um meio a que devemos dar atenção, e investir, para aumentar o nosso alcance e com isso o nosso potencial de negócio.

Coloco ali a expressão “apenas” deliberadamente entre aspas. Sabe porquê? Porque no online o sarcasmo é difícil de exprimir! Recue um pouco até ao início do artigo e diga-me nos comentários se não teve a curiosidade de pesquisar os dois portais de conteúdos que mencionei logo no início. Percebe agora porque coloquei o “apenas” entre aspas?

Deixe a sua opinião na caixa dos comentários ou envie uma mensagem através da página de contactos se quiser discutir estas questões de forma mais aprofundada.

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