Enquanto Roma se transformava numa bomba relógio, com o constante fluxo de romanos desempregados e esfomeados a afluir na capital do império, o Imperador abria as portas das arenas para promover espectáculos e distribuir pão, evitando a rebelião. O Circo era atulhado de gente que se divertia com lutas de gladiadores, corridas de quadrigas e cristãos atirados aos leões. A fome e a falta de trabalho eram enganadas com estes espectáculos e côdeas de pão atiradas às bancadas esfomeadas… E assim declinava Roma.

Aqui, em Portugal, chegamos ao mesmo. O Circo abriu as portas (oficialmente) neste fim de semana, os espectáculos intensificam-se à medida que se aproxima a data do declínio final. O povo é atulhado em autocarros a troco de sacos de comida e prometem-se mundos e fundos a troco de uma cruzinha no boletim para acederem ao rechonchudo tacho. Eles querem ir ao marisco para nos atirarem depois as cascas…