#FicaEmCasa, Carago!

Somos pessoas com sorte.

Assistimos ao escalar da situação que atravessámos, no conforto das nossas casas. Em frente à televisão. Saímos à rua para o estritamente necessário e até podemos, em alguns casos, nos dar ao luxo de trabalhar a partir de casa. Sinais dos tempos modernos! Mas há muitas pessoas que não podem fazer o mesmo. Há muitas pessoas que não se podem dar ao luxo de trabalhar a partir de casa. De deixar de ir trabalhar por uns meros 15 dias, mesmo com o estado a assumir parte da despesa…

Há pessoas que têm por missão não ficar em casa. Estão nos hospitais, centros de saúde, espaços improvisados para cuidados médicos, a trabalhar 24 sobre 24 horas, para que nós, os outros, continuemos a acompanhar o desenvolvimento da situação… em casa. Antes de tudo o resto, devemos enaltecer e agradecer o esforço heróico daqueles que estão na linha da frente, a tratar as pessoas infetadas, a colocar a vida dos que estão doentes acima das suas próprias vidas. Devemos agradecer aos agentes de autoridade que vigiam as ruas, para garantir que estamos em segurança, para garantir que somos capazes de cumprir com coisas simples como, por exemplo, ficar em casa! E não podemos deixar de agradecer a todos aqueles que trabalham nos segmentos de distribuição, que garantem que as prateleiras dos supermercados continuam a ter os produtos que nos permitem passar mais tempo em casa. Mesmo quando algumas aventesmas enchem carrinhos de supermercado com mercadorias que lhes vão chegar até ao ano 2025… eles estão ali, a repor produtos, a assegurar às pessoas mais nervosas, que em breve irão repor o stock, a arriscar, também, as suas vidas (não sabem quem se cruza com eles nas linhas de caixa, nas baías de carga e descarga, nos postos de abastecimento…).

Agradecemos, pois.

Dizem que em alturas de maior dificuldade, de maior desafio, é que se revela a verdadeira natureza das pessoas. Pois a natureza destas pessoas, que estão ali, nas trincheiras, no desespero de salvar vidas, é a mais nobre que podemos descobrir. Passamos meses a ouvir notícias sobre exigências salariais, reforços de recursos humanos, mais períodos de descanso, turnos mais curtos… um manancial de exigências, de pedidos, acompanhado de outro manancial de ameaças de paragem, de greves, de serviços mínimos. Até que chega a altura de arregaçar as mangas. Até que chega a altura de revelarmos de que massa somos feitos. Quando chega a altura de arregaçar as mangas, elas arregaçam-se, arrancam-se da camisola, porque ninguém, nenhum daqueles médicos, enfermeiros, profissionais de saúde, quer uma filha da puta de uma morte no seu turno. NENHUMA!

Cabe a nós, como sociedade civil, organizada, democrática, solidária, fazer tudo o que está ao nosso alcance para que estes guerreiros que lutam contra uma terrível pandemia, possam fazer o seu trabalho. não brinquem com a vida destas pessoas. Não brinquem com a vossa própria vida. São tão simples as coisas que nos pedem, que até uma criança é capaz de entender e seguir:

  1. Lavem as mãos, várias vezes ao dia. Vão sair de casa? Lavem as mãos. Chegaram ao trabalho? Lavem as mãos. Vão almoçar? Lavem as mãos. Vão à casa de banho? Por amor da santa lavem, definitivamente, as mãos (e tragam papel de casa, já agora!), chegaram a casa? Lavem as mãos. Não conseguem lavar as mãos? Usem soluções desinfetantes, à base de álcool.
  2. Usem máscara protetora. Principalmente se apresentarem qualquer sintoma que possa indicar infeção. Não nos podemos dar ao luxo de pensar que “é só uma gripe”. Não nos podemos dar ao luxo de acreditar que só acontece aos outros. Protejam-se, protegendo os outros.
  3. NÃO SAIAM DE CASA! Para a coisa mais simples do mundo, certo? Cumpriram as obrigações que tinham a cumprir. Não conseguiram trabalhar a partir de casa, o posto de trabalho não permite a sua ausência. Teve mesmo que ir ao supermercado comprar mais uma duzia de rolos de papel higiénico e mais meia duzia de latas de atum e de salsichas. Ok. Teve que ser. Mas… Carago… fiquem em casa! Isolem-se. O cafezinho com os amigos? Pode esperar. O jantar de fim-de-semana com a família, pode esperar? A noite de copos para o fim de semana? pode esperar. A vida não pode esperar. A saúde não pode esperar.

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